terça-feira, 2 de dezembro de 2008

A OSTRA

Desde a Pré-história que a recolha de ostras nas margens dos rios, servia de sustento às populações ribeirinhas. No Império Romano eram consumidas abundantemente em banquetes. Era também o marisco favorito de celtas e gregos. Após a conquista da Gália, romanos e gauleses desenvokveram a ostricultura.

A produção de ostras começou nas zonas costeiras francesas há mais de 2.000 anos. Plínio refere Mucianus como um especialista em ostras. O mercado romano comparava o sabor das ostras e dividiu-se segundo a proveniência. No mercado havia dez variedades, de diferentes origens. No século IV Ausonius deixa uma monografia sobre as ostras francesas e a sua apurada técnica produção.

A ostra é um ser hermafrodita podendo reproduzir-se através dos dois sexos. Encontra-se nas rochas ou noutras superfícies onde se possa fixar. É muito sensível à poluição, pois tal como outros bivalves, filtra muita água no seu interior. As perolas surgem a partir de um grão de areia. A ostra segrega um liquido que reveste o grão em camadas. A pinctadine é a especieque produz as pérolas mais valiosas.

Até 1970, o estuário do Tejo era um dos maiores bancos de ostras. “Lês portugaises” eram apreciadas em França pelo tamanho e sabor refinado. Uma epizootia devastou as culturas. A epidemia levou ao fim da exportação. A recuperação desta espécie de qualidade está a ser feita desde há alguns anos no estuário do Sado.


Abrir com cuidado:

Deve utilizar-se sempre uma faca para as abrir. Com um pano, segure na parte côncava com firmeza e rode a ponta da faca na zona da junção (mais estreita). A parte plana abrir-se-á, mantendo a água no interior da parte côncava. Sem ser ao natural (regadas com vinagre de chalotas ou limão), pode saltear bacon e cubinhos de pão, misturar um pouco de natas com molho worcestershire, rechear as ostras e levar a gratinar.

O Ostracismo...

À semelhança das favas, a ostra também era utilizada como boletim de voto na Grécia antiga. Em 487 a.c. Clístenes durante a reforma da democracia ateniense instituiu o ostracismo. A assembléia – Ágora – reunia-se para votar os que deveriam ser expulsos de Atenas por excesso de ambição ou falta de ética democrática. Para validar a expulsão, seis mil votantes tinham de escrever um nome na concha plana de uma ostra. O nome mais votado era expulso por dez anos. A primeira vitima de ostracismo foi Aristides.

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