quinta-feira, 21 de julho de 2011

Feira do Presunto Tradicional em Monchique

Subir mais alto e mais além, entre os verdes sempre frescos de Monchique, ainda assim com o mar constantemente no horizonte e provar a água da vida, o caseiro bolo de panela lambuzado de mel e outros acepipes.  
Chamam-lhe a Feira do Presunto Tradicional de Monchique, pela “marca registada” do porco preto que lhe está na origem
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Chamam-lhe a Feira do Presunto Tradicional de Monchique, pela “marca registada” do porco preto que lhe está na origem e porque a sua produção mantém um cunho artesanal de quem já tem muitos anos destas andanças.
Mas não só de presunto trata esta feira, que está pelo Largo de São Sebastião, no centro da vila, nos dias 23 e 24 de julho.
A par dos presuntos vêm os enchidos, entre eles a morcela de milho, receita serrana que só por estas bandas se encontra.
A ‘água da vida’ ou mais propriamente o medronho, rivaliza com o mel da região em termos de tentações, em especial quando acompanha os doces que saem da cozinha caseira e cujos ingredientes integram o mel e o perfume da canela.
Para quem preferir uma opção mais calma, os restaurantes da terra capricham, por estes dias, e integram na ementa os pratos da cozinha serrana pelo que não será difícil encontrar lugar onde provar as lulas cheias à Monchique, a Assadura de porco, para citar apenas alguns dos ex-líbris gastronómicos da zona.
Os miradouros de Monchique
O verde, conjugado em todas as suas cambiantes, tinge a serra de Monchique de uma paleta quase infinita. É o lugar mais alto do Algarve, embora o acesso à vila e à serra seja fácil, graças aos bons acessos.
Por isso, o desafio é ir de miradouro em miradouro até ao alto da Fóia, o mais alto, aquele de onde se vislumbra, em dia claro, o horizonte azul do Atlântico e a costa até distâncias insuspeitas.
Mesmo no centro da vila de Monchique, ao lado do recinto da feira no Parque São Sebastião, está o miradouro que oferece uma panorâmica sobre a vila que vai acompanhando as colinas suaves. O branco do casario é pontilhado pelas torres das igrejas, o antigo convento, e o jardim que envolve as piscinas, onde pontificam as camélias.
Seguindo em direção da pitoresca aldeia de Alferce, pode-se optar por cinco miradouros. O das Barreiras Brancas, do Monte Velho, do Barranco do Demo, da Altura da Choça ou da Altura da Benafátima.
São lugares onde os castanheiros, os carvalhos e os medronheiros marcam a paisagem. Recomenda-se atenção às aves, para não se perder o voo das rapinas, como a águia, que por ali estende as asas.
Para quem vai a caminho do ponto mais alto da serra, o Miradouro da Picota a 774 m de altitude, mostra as rudes escarpas, imponentes, descendo por aí fora, até aos vales verdejantes.
Ainda se pode parar no Miradouro da Fonte Santa, virado a Sul, dividindo-se a atenção entre a panorâmica que se alcança até ao litoral ou as águas cristalinas que ali brotam.
Já no Miradouro da Fóia, a 902 metros, se o dia estiver límpido e claro como tantas vezes acontece no verão, a vista alonga-se, por um lado, até ao Cabo de São Vicente e mais para norte até à Serra da Arrábida, e para outro, até Faro e todo um vasto semicírculo de serranias.
O Miradouro das Caldas fica na meia serra, perto da entrada da estância termal das Caldas de Monchique, no sítio do Barranco do Banho e numa zona de interesse arqueológico. Daqui a vista abrange as Caldas de Monchique, com os seus jardins cuidados que se confundem harmoniosamente com a Natureza e ainda se observa uma boa parte do caminho histórico do Barranco do Banho.
São lugares mágicos, ora sombreados por árvores imponentes, ora mostrando rochas agrestes, mas com o constante tilintar de águas fartas, que por vezes brotam inopinadamente, criando leves sinfonias. Não há stresse que resista, na serra da Monchique. Sai-se de lá com a alma lavada.

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