Bastante apreciada no Brasil, a culinária chinesa tem uma história de mais de 3 mil anos.
O brasileiro adora a culinária chinesa. Adaptados ao paladar brasileiro, pratos como Frango Xadrez, Bifum, Macarrão Chop-Suey (ou yakissoba) são consumidos diariamente em todo o País por pessoas que não têm qualquer ligação com a cultura chinesa.
Falando em cultura, você sabia que a culinária chinesa tem uma história de mais de 3 mil anos? E que ela é representada por quatro grupos principais, do Norte, Sul, Leste e Oeste do país?
Mas que cachorro, gato, cobra e macaco são consumidos apenas como alimentos exóticos – assim como o jacaré é consumido no Brasil, por exemplo – você sabia... Não?
A Lig-Lig, uma das empresas que mais difundem a culinária chinesa no Brasil, tem como intuito não só alimentar os brasileiros com pratos de inspiração chinesa. “Queremos também levar um pouco da cultura da China aos brasileiros”, comenta Thomas Liu, diretor da empresa. Ele conta, por exemplo, que todas as 45 lojas da rede são projetadas com cozinhas envidraçadas, de maneira que os clientes possam visualizar a manipulação e o preparo dos alimentos. “A cozinha chinesa é extremamente variada, farta e, ao contrário do que se pensa, higiênica”, explica. Essa é apenas uma das peculiaridades da culinária do país mais populoso do mundo, mas há muitas outras...
Quatro grupos formam a culinária chinesa, que tem mais de 10 mil pratos distribuídos em 20 ‘cozinhas regionais’
– A culinária chinesa é representada por quatro grupos, basicamente:
Beijin (Beijing), que simboliza o Norte;
Cantão (Guangdong),
o Sul; Xangai (Shangai),
o Leste;
e Sichuan (Szenchwan), o Oeste.
A predominância dos pratos vem do Norte e do Sul. No Norte, os principais alimentos são o talharim, o pão no vapor e bolinhos de carne. Os pratos são mais oleosos, mas os paladares são mais suaves e é freqüente o uso de vinagre e alho. Já a culinária do Sul possui pratos com acompanhamento de arroz e sabores mais adocicados.
Os chineses, ao cozinhar, seguem quatro mandamentos
– É isso mesmo: a culinária chinesa precisa, necessariamente, seguir quatro mandamentos: cor, perfume, paladar e apresentação esmerada. É por isso que são usados vários ingredientes num mesmo prato (cores diferentes), temperos e condimentos em profusão – como gengibre, curry, molho shoyu e óleo de gergelim, por exemplo – mas com bastante equilíbrio (o que garante o perfume e o paladar) e com bonita apresentação, de maneira que a refeição agrade o paladar, o olfato e a visão.
Composição dos pratos prima pelas cores
– Outra característica interessante é a composição dos pratos. A culinária chinesa baseia-se em preparar desde os mais comuns, consumidos diariamente, até os especiais, com um ingrediente principal – carne, verdura ou massa – e pelo menos dois ingredientes secundários, em cores contrastantes com o item principal. Na Lig-Lig, é fácil reconhecer essa tradição. O Frango Chop-Suey (na foto), por exemplo, leva como ingrediente principal cubinhos de frango. Eles são acompanhados de vegetais selecionados, como brócolis, pimentões verdes e amarelos, broto de bambu e cogumelos. Prestando atenção, o prato é bastante colorido.
A proporção e o equilíbrio fazem a diferença na composição dos pratos
– Outra peculiaridade da culinária chinesa é o equilíbrio entre os ingredientes utilizados. Para os chineses, a proporção adequada para um prato que tem como item principal a carne é complementá-lo com 1/3 de vegetais. Ao contrário, quando um prato tem como elemento principal os vegetais, ele deve ser composto também por 1/3 de carne. Esses pratos são acompanhados, de maneira geral, por arroz ou massa. Já as sopas levam 7/10 do volume da tigela de água. Os demais ingredientes – apenas 3/10 do prato – garantem, segundo a tradição chinesa, o valor nutricional adequado. Com inspiração nessa tradição, na Lig-Lig são famosos os pratos que harmonizam carnes variadas com vegetais e massa. Também é comum picar os alimentos em pequenos pedaços, para facilitar o uso dos rashis (palitos) na hora de comer. Bons exemplos são o Lombo Agridoce (pedaços de lombo empanados, envolvidos em molho agridoce e acompanhados por cebola, pimentões verdes e vermelhos e abacaxi fresco) e o Macarrão Chop-Suey (ou Yakissoba, que leva macarrão frito, carne bovina e de frango, acelga, brócolis, couve-flor, cenoura, broto de bambu e cogumelos).
São é comum servir pratos exóticos
– Engana-se quem teme chegar à China e se deparar com pratos à base de cachorro, gato, cobra e macaco. É o mesmo que dizer que quem vem ao Brasil só encontrará carne de jacaré, capivara e javali. O que ocorre é que tais pratos são exóticos – e todos os países têm os seus. Historicamente, esses costumes surgiram porque a China é um país de dimensões continentais e com a maior população do mundo. Desde os tempos antigos, muitas pessoas moram no deserto ou em regiões remotas, tendo de se adaptar ao que a natureza oferece para sobreviver. Daí vem o consumo de determinados animais.
Fonte: Em Pauta Comunicação
segunda-feira, 30 de novembro de 2009
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