terça-feira, 10 de agosto de 2010

Vinhos do Algarve já são marca e estão online

Ministério da Agricultura abriu um regime de exceção e deu 90 dias para a entidade algarvia apresentar a candidatura que prevê certificação de vinhos com denominação de origem.


A prioridade atual da Comissão Vitivinícola do Algarve (CVA) é ver aprovada a candidatura que permitirá certificar os vinhos da região com a denominação de origem, tendo a instituição entregue o projeto à tutela em Abril.

«O Ministério da Agricultura foi sensível aos pedidos dos produtores da região e, através da publicação do despacho nº 927/2010, de 14 de Janeiro, concedeu um prazo de 90 dias à Comissão para a apresentação da candidatura a Entidade Certificadora», revelou ao «barlavento» Carlos Gracias, presidente da direção da CVA desde Fevereiro deste ano.


A aprovação da Comissão como entidade certificadora depende, porém, de dois processos independentes. Um diz respeito à «Norma Portuguesa EN ISO 45011, no Instituto Português da Acreditação e Certificação (IPAC), enquanto o outro se baseia na verificação das condições estabelecidas no despacho nº 22522/2006, de 17 de Outubro, no Instituto da Vinha e do Vinho (IVV)», acrescentou o diretor.


No último caso, o parecer deverá ser emitido ainda este mês. Já o processo do IPAC poderá ser muito mais demorado, pois será necessária a análise de toda a documentação e a realização de várias auditorias para detetar as eventuais não-conformidades do processo, sendo exigidas depois as suas correções.


Se este for um processo semelhante ao de outras Comissões Vitivinícolas do país que se submeteram à certificação, podem passar 18 meses até à concessão final da acreditação, sublinhou o diretor.


O pedido feito ao Ministério da Agricultura para que fosse aberta uma exceção surgiu após ter havido uma perceção de que não existiriam condições económicas para avançar com o projeto.


A verdade é que agora, «apesar de não estarem garantidos os meios ideais, existem condições mínimas para avançar com a iniciativa, pois não poderíamos ficar parados a assistir à extinção da instituição e a deixar que os vinhos do Algarve fossem certificados por outra região vitivinícola», ilustrou Carlos Gracias.


Por esta razão, os produtores assumiram o compromisso de avançar com o projeto, existindo promessas de colaboração de entidades públicas como a Direção Regional de Agricultura e Pescas do Algarve, o Turismo do Algarve e as autarquias.


Por sua vez, a CVA tem vindo a conter despesas para garantir a sua sustentabilidade e com vista a não pôr em causa as obrigações do processo de acreditação.


O processo de certificação tem, todavia, custos que estão ligados à contratação de serviços com entidades exteriores e de novos recursos humanos para assegurar o cumprimento da norma NP EN 45011 e a imparcialidade de todo o processo de certificação.


Segundo Carlos Gracias, na prática, as alterações da denominação como entidade certificadora são de enquadramento legal e da obrigatoriedade de estar acreditada pela norma. Ou seja, terá que ser cumprido um conjunto de regras, desde «a execução dos procedimentos técnicos e da qualidade ao registos de todas as evidências, passando pelas correções das não-conformidades», enumerou.


A vantagem será a melhoria da qualidade do sistema, permitindo que, em qualquer fase do processo, seja feita a rastreabilidade do produto, até porque a experiência já existe. Desde 1994 que a CVA certifica os produtos vínicos da região com direito a Denominação de Origem Protegida (Lagoa, Lagos, Portimão e Tavira) e Indicação Geográfica Protegida Algarve (Vinho Regional Algarve).

In: Barlavento

A Comissão Vitivinícola do Algarve (CVA) já registou a marca «Vinhos do Algarve» no Instituto Nacional da Propriedade Industrial, criou a página www.vinhosdoalgarve.pt e está a colaborar na criação da «Associação dos Aderentes da Rota dos Vinhos do Algarve».

Carlos Garcias, presidente da direção da CVA, disse ao «barlavento» que, até ao final de Agosto, os produtores vão elaborar o regulamento da rota e os estatutos da associação, ficando esta responsável por gerir e implementar ações de divulgação e promoção.

A CVA continuará também a colaborar na promoção dos «Vinhos do Algarve» em eventos como a AlgarVini (Loulé), a Bolsa de Turismo de Lisboa, o Festival do Vinho (Portimão) ou o Allgarve Gourmet.

Apostará ainda no esclarecimento através de ações pontuais junto da restauração, tentando incentivar os proprietários a aconselhar aos seus clientes os vinhos da região.

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