A marginal de Cabanas ganhou nova vida após a recuperação, mas por esta altura não é muito difícil encontrar espaço no restaurante Jerónimo e Noélia, em que avultam os sabores do mar. D. Noélia faz alquimia com os tachos, e dali saem propostas irrecusáveis.
Entre elas, biqueirões fritos com migas de tomate, ou o polvo trapalhão com batata doce, que junta dois ex-libris do Algarve, o primeiro provavelmente oriundo da vizinha Santa Luzia e a segunda das terras de Aljezur.
Canja de amêijoas, filetes de peixe galo com açorda de conquilhas, pataniscas de polvo ou arroz de lingueirão, são boas apostas, entre uma lista que é bem composta.
O ambiente é simpático e informal, há zona para fumadores e aceitam-se reservas pelos telefones 281 370 649 ou 968 534 971. A casa fica situada Edifício Cabanas-Mar, na marginal.
Fique a saber-se que Cabanas só surgiu porque havia pesca do atum, para a qual eram necessárias as ditas, para recolher artes e aparelhos e onde viviam os pescadores, desde que a partir de 1734 foi fundadas a Armação dos Mares de Tavira.
As cabanas situavam-se a levante, junto da barra, e as referências da altura ao local utilizam o topónimo Cabanas da Armação.
Pelo nome se justifica a razão do Forte de S. João da Barra construído em 1656 pelo Conde Val de Reis. A função de defesa foi hoje pacificamente substituída pela indústria da paz, o turismo.
Ir até ao forte na ponta leste da marginal pelo passadiço sobre o mar, é um ótimo passeio que pode estender-se até à praia de Cabanas, que se estende a oeste, num areal imenso.
Esta é também uma boa oportunidade para alugar um barco-taxi (960170789) e andar a flanar pelo canal, à coca das aves marinhas, ou simplesmente apreciando os canais sinuosos, onde surge do mar a resistente vegetação que segura as ilhas. Afinal estamos no Parque Natural da Ria Formosa, uma das 7 maravilhas naturais de Portugal. Mais palavras para quê?
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