Cheiros de Primavera empurram-nos para as ‘voltas’ do Caldeirão, por boas estradas que serpenteiam por entre o luxo da Natureza, a caminho de provas únicas da gastronomia serrana de Tavira
O melhor é aproveitar este “Março, marçalhão, de manhã inverno e de tarde verão”, porque é a altura em que toda a serra do Caldeirão está tingida de rebentos verdes, a primavera antecipada que o Algarve nos oferece.
Para as comidas, o pretexto é o Festival da Gastronomia Serrana de Tavira, já na sua oitava edição, pelo que ficam aqui as diversas alternativas à escolha, que se podem adaptar às voltas do seu passeio.
No Sítio Montes e Lagares, em Santa Catarina da Fonte do Bispo, o restaurante "O Constantino" aposta na jardineira de javali ou no galo estufado.
No restaurante "Monte Velho", também em Sta Catarina, mas na Umbria, a aposta será na Caçarola mista de aves com frutos silvestres.
Na "Mesa do Cume", na Alcaria do Cume, há Favas à algarvia, com chouriço e toucinho entremeado, e na sobremesa as Rabanadas de bolo de massa de pão, com molho de medronhos.
No Hotel rural "Quinta do Marco", nas Hortas, mas só por reserva, estarão disponíveis Almofadinhas de porco preto com castanhas.
A “Herdade da Corte”, no Sítio da Corte, oferece Cozido de grão da Herdade como prato alternativo, ou Frango à moda da serra com migas e salada.
No Sítio da "Almargem" e no restaurante com o mesmo nome a Espetada de porco ibérico com xarém e a Trilogia de frutos regionais da sobremesa são apelativos.
Haverá mais sugestões gastronómicas e uma nota especial para os vinhos que acompanharão as ementas especiais do festival, também eles oriundos de regiões demarcadas do Algarve.
Para uma escolha de acordo com os apetites de cada um, no documento anexo (PDF) encontrará os contactos, as orientações e GPS para localizar os restaurantes, e ainda os dias do festival que se inicia este fim de semana e se prolonga até 10 de abril.
Fique ainda a saber que o Festival está associado ao movimento Slow Cities e ao conceito Slow Food que defende critérios de qualidade alimentar e valorização da cozinha tradicional e dos produtos locais.
Tavira, a menina bonita do Gilão
Como o nome indica, o festival decorre sob o signo da serra, a do Caldeirão que, tal anfiteatro, protege o Algarve das nortadas frias e contribui decisivamente para o clima morno e apelativo de que se usufrui na maior parte do ano.
Até não calha mal “perder-se” antes de chegar à mesa, porque a paisagem merece.
A outra opção de passeio é um ‘banho’ de cidade até porque durante o evento há a possibilidade de visitar, gratuitamente, as exposições patentes, no Palácio da Galeria o museu municipal.
Tavira mira-se no espelho líquido do Rio Gilão, ciosa do património e da beleza natural envolvente.
Nestes dias luminosos apetece deambular na cidade, à descoberta dos seus tesouros arquitetónicos, que nos falam de história e de lendas mouriscas.
Entre os múltiplos pontos de interesse, há o castelo, com vistas panorâmicas sobre a urbe e os campanários das igrejas. A ponte romana atravessando o rio espelho do casario com os telhados em tesoura. Os horizontes de praia e mar, encastrados no cenário privilegiado da Ria Formosa.
A descoberta da história, temperada de produções humanas com valor histórico e artístico, permite dizer que Tavira é cidade de arte e história, incontornável no roteiro da arte de bem viver no Algarve.
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