Em 1900, há mais de um século, Cincinnato da Costa e D. Luiz de Castro escreviam no 1º volume do seu ‘Lê Portugal au Point de Véu Agricole’, com a chancela da Imprensa Nacional e o patrocínio do Instituto de Agronomia de Lisboa, que o Algarve produzia vinhos geralmente alcoólicos sendo, então, celebrizados os de Quelfes, Moncarapacho, Albufeira, Vila Nova de Portimão e, sobretudo, os da Fuzeta. Todos estes vinhos praticamente desapareceram. Para citar fontes muito recentes (A Vinha e o Vinho do Algarve, edição CCDR Algarve, 2006) no final do século XIX produziam-se 159 mil hectolitos no inicio do século XXI a produção quedava-se pelos 20 mil hectolitros declarados, com destaque para a região de Lagoa (Albufeira). Isto significa que em apenas oitenta anos a produção de vinho no Algarve ficou reduzida a um quinto, em consequência do avanço do betão. Quando chamei à atenção para o risco do Moscatel de Setúbal tinha em vista este exemplo histórico, embora por lapso tenha anunciado apenas 13 hectares de Moscatel, em vez dos 445 hectares recenseados com esta casta entre os 10 mil da região, dominada pelo encepamento da tinta Castelão com os seus 3605 há. A correção agora feita não altera a substancia da questão tal como aconteceu no Algarve a vitivinicultura na Península de Setúbal corre sérios riscos de sobrevivência como sector econômico significativo à medida que se concretizarem os projetos de grandes obras para ai anunciados. Por isso, volto a insistir em exemplos de qualidade e resistência como o da Adega do Cantor (Cliff Richard) em Albufeira, que agora lançou novos vinhos.
‘Vida Nova Verdelho’ 2007 – Um branco superior. Não o beba a menos de 10º C, porque vai perder o seu perfume delicado e os seus sabores secos intensos e prolongados a melão e a meloa. Excelentes para ser saboreado como simples aperitivo.
‘Vida Nova Rosé’ 2007 – Elaborado a partir das castas Syrah e Aragonês apresentou-se com o sabor framboesa, com aromas e sabores frescos a condizer.
‘Onda Nova Rosé’ 2007 – Mais consistente do que o vinho anterior, este rose foi verificado exclusivamente a partir de uvas selecionadas da casta Aragonês. Cor de morango, frutado, seco é adequado para acompanhar sardinha assada na brasa. A sua acidez natural – rompe- com a gordura natural da sardinha.
‘Onda Nova Syrah’ 2006 – Um vinho moderno, elegante e vigoroso. Atenção aos seus 14,5% vol. álcool. Resultante de uvas de grande qualidade da casta Syrah este tinto estagiou em cubas inox, e em cascos de carvalho francês e americano até ser engarrafado em Novembro de 2007. está em excelente forma e apuro para beber já ou para guardar na garrafeira.
‘José António Salvador’
segunda-feira, 15 de setembro de 2008
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