“O vinho remove placas de gordura nas artérias, é anti-oxidante e ainda evita câncer e ataque cardíaco”.
Doses moderadas de vinho tinto, de preferência seco, são benéficas para a saúde humana, especialmente para o coração. É o que demonstram estudos científicos realizados em voluntários na Europa. Pessoas que têm o hábito de consumir dois cálices de 50 mililitros de bebida, duas ou três vezes por semana, antes ou durante a refeição principal, são as principais beneficiadas, de acordo com as pesquisas. O resultado das analises, constatou a existência de baixa incidência de DAC (Doenças do Aparelho Circulatório), no universo dos pesquisados.
De acordo com o medico cardiologista Hélio Domingues Malheiros, a explicação para o fenômeno não está no teor de álcool contido no liquido, mas sim em componentes não alcoólicos, denominados de anti-oxidantes, a exemplo de flavonóides, não flavonóides, compostos fenólicos, catequinas e taninas solúveis. O especialista explica que eles têm o poder de reduzir s reações de peroxidaçao lipidica, retardando o processo de formação de placas de gordura no interior das artérias e, com isso, evitando, entre outras doenças, o infarto e ataque cardíaco.
“Os estudos, que hoje fazem parte da literatura, citam esses benefícios em grupos de pessoas que têm vida saudável, com complemento de prática de atividade física e dieta alimentícia”, revelou Helio Malheiros. O médico observa que o vinho é muito consumido pelas populações da Itália e da França, onde são registrados os menores índices de pessoas com problemas cardiovasculares do mundo.
Helio Domingues ressalta que as pesquisas concluíram que as substancias aumentam a atividade anti-oxidante do soro em magnitude comparável associada à inibição de LDL, que é a fração maléfica do colesterol. Ele lembra que os flavonóides são encontrados também na maça, uva, cebola, chicória, aipo e chã. E que o vinho é detentor de alto teor dessas substancias, por isso a sua eficácia como poderoso removedor de gorduras nas veias.
DIETA É PRECISO
O cardiologista Hélio Malheiros adverte, porém, que não recomenda a ingestão de vinho tinto como prevenção primária ou secundária para as doenças do coração. Recomenda, sim, a dieta saudável com frutas, verduras, legumes, carnes magras, cereais, peixes, lacticínios desnatados, sendo tudo isso em conjunto com atividades físicas moderadas e controle rigoroso do peso, hipertensão, obesidade, diabetes e o abandono definitivo do tabagismo, afirmou. Ele também adverte para o cuidado com a quantidade de vinho que se bebe, para que o habito não se torne uma rotina, levando a pessoa à dependência alcoólica. “Uma pessoa com problemas no fígado, por exemplo, jamais pode ingerir álcool”, destacou o especialista.
CONSUMO REGULAR E DISCIPLINADO
O vinho vem sendo citado como bebida predileta do povo europeu, que o consome há muito tempo. Porém segundo o cardiologista, o que sempre intrigou os médicos foi o fato de que na população da França, que é famosa pela alta ingestão de gordura saturada, alimento fortemente relacionado à doença arterial coronária, não se observa este tipo de malefício á saúde.
O paradoxo francês, que é a aparente incompatibilidade entre dieta rica em gordura e baixa incidência de doença arterial coronária, tem sido atribuído ao consumo regular do vinho tinto.
BEBIDA INIBE AÇÃO DOS RADICAIS LIVRES
O nutricionista Sebastião Filho reconhece o valor do uso terapêutico do vinho para o ser humano. Ele destaca o poder da substancia denominada resveratrol, que a bebida contém, e que tem poder de anti-radical livre. O vinho inibe a ação dos radicais livres no organismo, que tem efeito devastador no processo de envelhecimento do corpo, e que pode levar a doenças como o câncer, observou.
A adesão ao tratamento à base de vinho deve se iniciar após consulta ao medico, para que este diagnostique se o paciente está apto, ou não, à ingestão disciplinada de vinho. Ele conta que pessoas que fazem uso do vinho de forma terapêutica têm obtido resultados satisfatórios. Os que bebem apresentam as taxas controladas, a exemplo do colesterol, revelou.
TINTOS OU BRANCOS TRANSFORMAM REFEIÇÃO EM BANQUETE
Acrescente um bom vinho a uma refeição e ela se transforma num banquete, a frase famosa de Hubrecht Duijker comprova a nobreza da bebida. Beber vinho obedece a um ritual.
Para os aperitivos, escolha os ranços secos e espumantes brüt. Os produtos com açúcar destroem o paladar e reduzem o apetite e a percepção sensorial. Também exigem precaução os pratos condimentados e apimentados, os queijos muito velhos e saborosos e os patês.
Para acompanhar as refeições, as opções são os brancos, tintos ou rosados. “Vai depender dos pratos servidos e do gosto do convidado. Vale tomar espumante do aperitivo á sobremesa”, explica.
Sobremesas podem ser acompanhadas de espumante de demic-sec, doce ou brüt, um Sauterne (vinho de sobremesa frnces) ou um Asti (espumante italiano)
Os vinhos Riesling secos são muito versáteis e combinam com a maioria dos pratos como aves, porco, peixes frescos e embutidos.
Frutos do Mar
Os frutos do mar e peixes, geralmente pedem vinho branco. Os Chardonnay acompanham muito bem os frutos do mar, carnes brancas, massas com molhos leves, scargots, frois, caviar, canapés, suflês e fondue’s.
Anchova, bacalhau, sardinha, salmão e caças de penas pedem um vinho branco maduro de personalidade.
Queijos frescos, como frescal, ricota e requeijão e mussarela combinam com brancos jovens. Queijos roquefort e gorgonzola pedem vinhos rebustos, no máximo um branco doce, como o Sauternes. Os queijos fortes pedem vinhos fortes e encorpados. Os suaves, vinhos leves. Os digestivos podem ser secos ou adocicados, mas sempre em pequenas quantidades.
COMO SERVIR A BEBIDA E GUARDAR AS GARRAFAS
1 – Conserve os vinhos que irá servir em lugar fresco e longe do alcance da luz.
2 – As garrafas devem ficar deitadas para que não passe ar pela rolha.
3 – Os vinhos mais indicados para serem servidos durante as refeições são os vinhos secos.
4 – Abra o vinho uma hora antes de servi-lo para que possa respirar.
5 – Ao servir vinhos, comece pelos mais leves: brancos, antes dos secos e tintos. Os vinhos brancos devem ser servidos gelados e os tintos à temperatura normal.
6 – Para acompanhar massas, prefira os vinhos tintos secos.
7 – Para acompanhar aperitivos, sirva vinhos brancos.
8 – Carnes vermelhas devem ser acompanhadas de vinho tinto.
9 – Para acompanhar pratos á base de frango, sirva vinhos brancos.
DE OLHO NAS REGRAS DE ETIQUETA NA HORA DE BEBER OU SERVIR O VINHO
“Especialistas garantem que com o passar do tempo a pessoa vai aprendendo a selecionar o vinho que mais lhe agrada”
O vinho é um produto nobre. E como tal tem um serviço envolto em algumas regras de etiqueta. Essa nobreza e o desconhecimento das regras muitas vezes são motivos para que as pessoas leigas, temendo cometer gafes, acabem optando pela cerveja.
Observando algumas regras, o consumidor pode tirar o melhor proveito do produto degustado. Por isso não vale a pena deixar a neurose tomar conta. Se tiver um copo de cristal muito bem. Se não, vale servir de qualquer forma desde que o vinho seja de boa qualidade. Vinho sim é uma gafe imperdoável, pois a dor de cabeça no dia seguinte denuncia a sua qualidade.
O coordenador do Clube dos Amigos do Vinho da Paraíba, no Brasil, Joel Falcone explica que o prazer de beber um bom vinho está relacionado ao paladar, mas a arte de degustá-lo é intimamente ligada ao conhecimento. Ele explica que só a experiência permite a distinção entre sabores, cores e aromas. A recomendação é escolher o tipo da sua preferência e comparar as marcas e safras.
Com o tempo, certamente, você será capaz de selecionar o que mais lhe agrada. “É um erro comum acreditar que quanto mais velho o vinho, melhor a qualidade. Isso pode valer para alguns tintos, mas os brancos, em sua maioria, devem ser consumidos, jovens e frescos. Os nacionais, principalmente, não aceitam envelhecimento, nem os verdes de Portugal ou os italianos Frascatti. As exceções ficam por conta das regiões de Bordeaux e Borgonha, na França; da Califórnia, nos EUA, e os australianos. A qualidade não pode ser medida apenas pelo tipo de vinho e pela marca.
O importante é considerar o tipo da sua preferência, a elaboração pela vinícula e a safra. Essa combinação é que determina a qualidade.
NÃO USE CONGELADOR
Não utilize o congelador ou o freezer para gelar o vinho rapidamente. A opção mais eficaz para gelar e conservar a bebida é o balde com gelo, uma garrafa oito minutos na água sofre uma redução de cinco graus na temperatura, o que corresponde a uma hora na geladeira.
BEBIDA PODE SER CONSUMIDA DE INVERNO E VERÃO
Já ensinava o filósofo Sócrates:
“o vinho molha e tempera os espíritos e acalma as preocupações da mente... ele reaviva as nossas alegrias e é o óleo para a chamada da vida que se apaga”.
“Se você beber moderadamente, em pequenos goles de cada vez, o vinho gotejará nos seus pulmões como o mais doce orvalho da manhã”.
Segundo Joel Falcone, no existe época para se beber vinho. “É tudo uma questão de habito”, diz. Ele lembra que na área mediterrânea da Europa como Portugal, Espanha, França e Itália onde o calor no verão chega aos 44 graus as pessoas tem o habito de tomar vinho nos clubes, nas piscinas. “Aqui na Paraíba, Brasil, o paraibano não toma vinho, no caso o branco, que tem entre 11º e 12º e bebe whisque que tem 42º e 45º; cachaça com 45º a 51º; rum e vodka que tem 42º e 45º. Por isso eu digo que é tudo uma questão de hábito”.
“Um vinho branco é excelente substituto da cerveja, para os dias de calor”, diz.
COMO GUARDAR O VINHO
A montagem de uma “adega” tornou-se hoje em dia, uma tarefa simples e que não demanda muito espaço ou lugar. Este deverá ser, de preferência, fresco e relativamente escuro, afastado da cozinha e de aparelhos de refrigeração ou aquecimento do ar. As prateleiras deverão ser feitas de modo a permitir que as garrafas fiquem deitadas. Assim as rolhas ficarão sempre úmidas, não permitindo a entrada de ar nas garrafas, o que poderia alterar os vinhos. De um modo geral, os vinhos brancos não deverão permanecer estocados por muito tempo, o máximo de dois anos, pois nem sempre é valido o velho ditado de que o “vinho mais velho é o melhor”. A atenção especial que for dada aos vinhos é que determinará o tempo de estocagem, que poderá variar muito conforme o tipo de vinho, de marcas e de safras. Segundo os enólogos, o vinho é algo com vida e como tal ele deverá ser tratado e cuidado: ele precisa de carinho, de afeto; toda a dedicação é pouca no seu manuseio.
COMO SERVIR O VINHO
De um modo geral, os vinhos têm uma temperatura certa, para que de uma forma mais completa o sabor e bouquet possam ser percebidos. Os vinhos brancos e espumantes devem ser servidos bem frios, a uma temperatura entre 10º e 12 º graus centígrados, o mesmo valendo para os roses. Já os tintos, o mais apropriado é a temperatura ambiente. Mas todos os vinhos devem ser protegidos contra as mudanças bruscas de temperatura, não devendo de forma alguma ser colocados em; freezers para um esfriamento mais rápido ou aquecidos artificialmente: o sabor do vinho seria totalmente prejudicado. E, antes de servi-lo, recomenda-se ainda que a garrafa permaneça aberta pelo menos uma hora. Isto permite um maior realce das diversas qualidades do vinho.
COMO BEBER O VINHO
O vinho nunca deve ser bebido aos goles, rapidamente. É necessário ter tempo para poder apreciá-lo bem.
Servido o vinho, o mesmo deve ser apreciado contra a luz, pois a sua cor ajudará a decidir o seu tipo e a sua idade. Movimentando-se o cálice, poderá ser percebido todo o aroma do vinho, devendo o primeiro gole ser cuidadosamente tomado, deixando o vinho “rolar” sobre a língua. Depois ele deverá ser “mastigado”, para que o paladar seja aguçado ao máximo, usufruindo-se assim todo o seu sabor e gosto. Até mesmo a forma pela qual o vinho é engolido permitirá a revelação de muitas das suas qualidades: ele deve “escorregar” pela garganta! Desta forma o “licor da uva” ou o “néctar dos deuses”, como muitas vezes é chamado o vinho, será realmente uma bebida agradável, completa e se constituirá, como diziam os antigos, “na gloria do deus baco”.
segunda-feira, 17 de março de 2008
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